O Cavalo Indomável
Era uma vez, numa vila que dependia muito da utilização de cavalos para realizar as mais variadas tarefas, vivia um fazendeiro que possuía um cavalo notável, dono de uma beleza tremenda, e de um porte majestoso. No entanto, este cavalo era selvagem e indomável. Fugia muitas vezes, e causava demasiados problemas.
Os aldeões viam o cavalo como um incômodo e um problema. Como tal, o concelho da aldeia decidiu que deveriam aconselhar o fazendeiro a se livrar do animal.
O fazendeiro, que era um homem sábio e paciente, recusou-se a ouvir as queixas. Ele via o potencial do cavalo e reconhecia-lhe um espírito ímpar! Em vez de o tentar controlar ou conter, o fazendeiro optou por outras metodologias de conexão com o animal, recorrendo a meios gentis e compassivos.
Os aldeões não compreendiam como é que o fazendeiro decidiu fazer o total oposto do que eles queriam que ocorresse. Em vez de se livrar do indomável cavalo, o fazendeiro optou por passar mais tempo observando o animal, sem nada fazer.
Na realidade, o fazendeiro estava a aprender o comportamento do seu cavalo, conquistando pacientemente a sua confiança. Gradualmente, conseguiu introduzir técnicas básicas de adestramento, ensinando o cavalo a responder a simples comandos e a cooperar com ele. Com o tempo, o animal selvagem transformou-se num companheiro sábio e obediente.
Esta transformação extraordinária deixou os aldeões maravilhados. A forma como o cavalo, outrora selvagem e incontrolável, agora se mostrava um inestimável parceiro do fazendeiro. O fazendeiro foi elogiado pela sua sabedoria e capacidade de extrair o melhor do animal.
Autor: Desconhecido
A mente humana e o seu potencial de transformação. Uma metáfora da mente indomável, cheia de pensamentos, desejos, apegos e julgamentos.
Os aldeões simbolizam as pessoas comuns que são rápidas a julgar e a buscar o controle sobre a natureza indisciplinada da mente. Um dos erros mais comuns de quem se inicia na prática da meditação, é pensar que consegue controlar a mente para “não pensar”.
O fazendeiro representa o praticante do budismo Chan. Um indivíduo que reconhece a sabedoria e o potencial inerente da mente. Em vez de suprimir ou ignorar com força os devaneios selvagens da mente, o praticante cultiva a consciência, a atenção e a compreensão. Através de uma observação paciente e compassiva, vamos gradualmente aceitando a existência dos pensamentos, desapegando-nos dos mesmos à medida que eles surgem. Assim conseguimos colocar a mente sob controle, transformando a sua energia caótica em clareza e sabedoria.