O Pescador e o Erudito
Era uma vez, numa pequena vila costeira, vivia um humilde pescador chamado Wei. Ele levava uma vida simples, passava os dias a pescar no mar calmo e encontrava real satisfação na beleza da natureza. Um dia, um erudito da cidade chegou à aldeia. O erudito era conhecido pelo seu vasto conhecimento acadêmico.
Curioso sobre a existência serena do pescador, o erudito aproximou-se de Wei e perguntou: “Pescador, porque passas os teus dias envolvido em trabalho braçal? Porque não buscas conhecimento e alcanças sucesso como eu?”
Wei olhou para o erudito com um sorriso gentil e respondeu: “Caro erudito, posso compartilhar uma história consigo?”
O erudito assentiu, intrigado com a resposta do pescador.
“Era uma vez,” começou Wei, “uma tartaruga muito velha e sábia que vivia num lago. Ela passava os dias a nadar graciosamente, e a aproveitar o calor do Sol. Um dia, um grupo de sapos curiosos abordaram a tartaruga – ‘Porque tu desperdiças os teus dias em prazer ocioso? Junta-te a nós, vem brincar e saltar na terra.'”.
“A tartaruga ouviu os sapos e respondeu – ‘Mas eu estou contente com a vida que tenho. Encontro alegria na tranquilidade da água e nos raios de Sol que tocam na minha carapaça. Não preciso andar aos pulos como vocês, pois a minha felicidade está na simplicidade da minha existência.'”.
O erudito ponderou sobre a história.
Wei continuou, “Assim como a tartaruga encontrou contentamento na sua vida simples, eu também encontro satisfação no ritmo do mar, no canto das ondas e na generosidade que ele me oferece. Não busco conhecimento ou sucesso por causa disso. Estou contente com o que tenho e encontro sentido na simplicidade do meu dia-a-dia”.
O erudito fez uma pausa, refletindo nas palavras do pescador. Ele percebeu que o sucesso e o conhecimento sozinhos não podem garantir a verdadeira felicidade e realização.
“Com todo o meu conhecimento e sucesso”, admitiu o erudito, “muitas vezes senti uma sensação de vazio e inquietação. Talvez haja sabedoria em abraçar a simplicidade e encontrar o contentamento no momento presente, como tu fazes”.
Wei assentiu, apreciando a realização do erudito.
“Na verdade,” respondeu Wei, “a busca do conhecimento é nobre, mas a verdadeira sabedoria reside em saber quando apreciar as simples alegrias da vida e encontrar contentamento no presente”.
O erudito agradeceu a Wei pela sua percepção e despediu-se, levando consigo mais uma valiosa lição.
Daquele dia em diante, o erudito tentou sempre um equilíbrio entre as suas atividades intelectuais e a apreciação dos prazeres simples da vida. Quando a Wei, o humilde pescador, ele continuou a encontrar consolo e satisfação na tranquilidade do mar.